MOMENTOS DE UMA COPA HISTÓRICA
- Dona Neia
- 23 de dez. de 2022
- 4 min de leitura
Uma copa histórica. Essa é uma constatação geral. Das polêmicas e desafios de se realizar o maior evento de futebol do mundo em um país complexo, repleto de leis e de uma cultura que assusta, a jogos incríveis, com direito a uma final épica e com muita emoção.
A Copa do Mundo no Catar acabou, mas na memória ficam inúmeros momentos históricos. No país que reprime as mulheres, elas foram as protagonistas dentro e fora de campo. A TV aberta e fechada bombaram, mas no Brasil, a copa foi do Cazé e dos streamings. Teve um mundo novo e tecnológico, um VAR cirúrgico e uma inquestionável transmissão, mas teve também a boa e tradicional publicidade, a base de foto, que parou a internet. Teve também cenas lamentáveis de censura, homofobia e opressão. Ah, por fim, foi a copa da ADIDAS, patrocinadora oficial dos jogos, da seleção Argentina e seu craque, o Messi (falaremos mais sobre isso em breve, quando discutirmos a guerra das chuteiras).
Foram muitos fatos e destacamos aqui alguns que nos chamaram a atenção junto de dicas bem legais de conteúdos que estão debatendo o mesmo ponto. Não deixe de compartilhar o que por aí também marcou vocês!

1 - Mulheres apitando e narrando, fato - A Copa do Mundo do Catar entrou para história da arbitragem. A francesa Stéphanie Frappart foi a primeira mulher a apitar um jogo de futebol masculino em copas. Junto a ela, a brasileira Neusa Inês Back e a mexicana Karén Díaz, compuseram o trio de arbitragem no jogo da Alemanha x Costa Rica (04/12) válido pelo grupo F.
Renata Silveira se tornou a primeira mulher a narrar um jogo da Copa do Mundo na TV aberta. No dia 22/11, a carioca de 33 anos foi responsável pela narração de Dinamarca x Tunísia na TV Globo. Foi a sexta partida do Mundial disputado no Catar.
2 - A copa dos streamings e influenciadores - Durante o confronto entre Brasil e Camarões pela Copa do Mundo, o streamer Casimiro Miguel alcançou pouco mais de 4 milhões de visualizações simultâneas no Youtube. A marca supera a transmissão da estreia da Seleção Brasileira na competição, que parou em 3,5 milhões, se tornando o novo recorde da plataforma brasileira.

Vale destacar que o carioca, em parceria com a LiveMode, adquiriu os direitos de transmissão de 22 jogos na Copa do Mundo do Catar, incluindo todos do Brasil, semifinais e finais.
Recentemente, enquanto a live estava sendo realizada, a produção de Cazé deixou escapar a receita obtida pelo canal (160 mil dólares (R$ 832 mil na cotação atual) somente com visualizações nos últimos 28 dias. Além disso, a Live Mode - produtora das transmissões de Cazé - vendeu todas suas cotas de patrocínio com grandes marcas como Coca-Cola, Nubank, McDonalds, iFood, Unilever e a casa de apostas esportivas EstrelaBet.
Eles também deixaram escapar que o canal teve mais de 210 milhões de visualizações durante esse período em que o carioca estava transmitindo os jogos da Copa do Mundo.

As transmissões contaram com uma grande equipe de jornalistas, influenciadores digitais e ex-jogadores. Entre os principais nomes estão: Isabella Pagliari, Diogo Defante, Ítalo Sena, André Hernan, Luis Felipe Freitas, Guilherme Beltrão, Allan 'Estagiário', Junior Baiano, Juninho Pernambucano, Edmilson e Gilberto.
3 - O primeiro VAR inquestionável e a polêmica da perfeição tecnológica versus a mística do futebol

Como tecnologias de sensores, câmeras e inteligências artificiais trocam a interpretação humana pela tecnicalidade.
Dentre as muitas razões que a Copa do Catar vai entrar pra História, com certeza o “VAR milimétrico” é um dos principais pontos de debate. Essa tecnologia, fez com que a gente passasse nervoso por anular gols, impedir lances e polemizar com decisões sobre movimentações praticamente invisíveis a olho nu.
Isso é uma coisa boa ou não? O Braincast analisa o assunto que envolve cultura, tecnologia, inovação e antropologia.
4 - A mala da Louis Vuitton com Cristiano Ronaldo e Messi e a força da publicidade tradicional

Mesmo que essa imagem tenha quebrado a internet na véspera da abertura mundial da Copa, tendo recebido mais de 42 milhões de curtidas no Instagram do português, e mais de 32 milhões no perfil do argentino, o encontro de milhões, de fato, não aconteceu, pois os dois astros posaram na verdade separados para as lentes da renomada fotógrafa americana Annie Leibovitz. A junção, que resultou neste registro histórico é uma montagem, mas que mostra a importância da fotografia e do designer.
5 - O CATAR e a cultura de censura e homofobia

A Copa do mundo nos trouxe diversos pontos que com certeza farão a Copa do Catar entrar para história e o debate sobre a escolha do local que sediou o evento foi um dos pontos que mais deu o que falar e não é por menos: o Catar pune pessoas LGBTQIA+ com pena de até 10 anos de prisão. O artigo 288 é imposto a quem se envolver em relações sexuais consensuais, o que pode ser aplicado a relações homossexuais consensuais entre mulheres, homens ou parceiros heterossexuais.
Além disso, o código penal do Catar criminaliza criticar o Emir, insultar a bandeira do Catar, difamar a religião, incluindo blasfêmia, e incitar a “derrubada do regime”. A lei de crimes cibernéticos de 2014 do Catar prevê até 3 anos de prisão e uma multa de 500.000 reais do Catar (US $137.000) .
Muitos jornalistas e ativistas foram silenciados e banidos durante tentativas de crítica ou protesto durante a estadia no país.
E uma copa como essa não poderia terminar melhor, com um jogaço entre França x Argentina que, sem dúvida, entrou para a história como a partida mais emocionante da história da Copa do Mundo. Ou seja, fechou com chave de ouro o evento repleto de acontecimentos. E que venha 2026!
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